Slow Fashion: Você sabe o que é?

Criado e fundamentado pela inglesa Kate Fletcher, consultora e professora do conselho britânico de moda sustentável, inspirando-se no Slow Food. Assim como na alimentação, o movimento incentiva que tenhamos consciência dos produtos que consumimos na moda, pondo em xeque a produção em massa que rege o sistema de moda atual.

Sabemos que a indústria da moda depende dessa produção em massa, onde oferecem preços muito baixos e inúmeros lançamentos e coleções. Tudo em um tempo curtíssimo – do processo de design (e das réplicas das tendências apresentadas nas passarelas) para as lojas. E o objetivo é nos seduzir a comprar bem mais do que precisamos. Acontece que esse excesso traz um preço oculto que vai além do que está nas etiquetas: Ao redor do mundo, vemos escândalos ambientais, de trabalho escravo, da crise do lixo e impulsividade pelo novo. O movimento representa todas as coisas éticas, ecológicas, sustentáveis e racionais para o momento do planeta, em contraponto à aceleração exagerada que rege o sistema atual. Produtores do slow fashion se esforçam para manter a diversidade ecológica, social e cultural. 

O “lento” do slow fashion não é pensado como velocidade, mas sim numa visão de mundo diferente, que promove o prazer da variedade e da importância cultural. Isso faz um contraponto à homogeneidade causada pela globalização total e absoluta. Os códigos se tornaram muito parecidos, semelhantes... A obsessão por uma moda rápida, lucrativa e infundada acabou por desgastar ou até mesmo desintegrar códigos de culturas que foram praticamente ocidentalizadas.

O slow fashion incentiva que possamos reconhecer, de vez, que os impactos de nossas escolhas (de consumo, principalmente) afetam o ambiente e as pessoas. Assim como as decisões dos produtores, designers, fabricantes e varejistas, todos interligados ao sistema ambiental e social, em que podem escolher gerar impactos positivos.