O mercado de moda sustentável



Como o consumismo afeta o meio ambiente

Por Caroline Botelho         

            O mercado de moda é conhecido por gerar muitos empregos e movimentar a economia mundial. A indústria têxtil e de confecção geram mais de dois milhões de cargos no Brasil. Nos últimos dez anos, o setor da moda movimentou cerca de 140 bilhões de reais. O país é um dos maiores consumidores de moda do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão.
            Porém, a fabricação em massa de objetos gera resíduos e esses “sobras” são descartadas em algum lugar. Todo esse hiperconsumo gera desperdício, ou seja, quem sofre com as consequências desses hábitos é o meio ambiente. Para ter uma ideia, na fabricação de uma calça jeans são utilizados 11 mil litros de água, além do consumo exacerbado de energia.
            Alguns movimentos como o slow fashion, que significa o consumo consciente, procuram melhorar essa realidade que está cada vez mais destruindo o planeta. Empresas estão mudando seus pensamentos e modos de produção. Algodão orgânico, garrafas pets recicladas e até cascas de abacaxi são usados no processo de fabricação dos itens de moda sustentável.
             Para o antropólogo do consumo Michel Alcoforado, os caminhos que usamos para mudar o pensamento de uma sociedade que ao longo dos anos teve um aumento do poder de compra e da valorização positiva do trabalho e da produção é a questão-chave. “Toda forma  de consumir está localizada culturalmente em algum lugar, cada grupo tem uma forma de consumir específica e é isso que a gente tem que respeitar”. Afirma.

       A Malha é um projeto, localizado em São Cristóvão no Rio de Janeiro, que se preocupa com a situação ambiental e busca fazer moda sustentável e justa. No galpão da Malha, são promovidas palestras que estimulam o pensamento ecológico e a reformulação na produção e consumo de moda, além da produção local independente. Segundo um dos idealizadores do projeto, Herman Bessler a proposta é desenvolver novas experiências de consumo e juntar vários aspectos da moda no mesmo local.
Galpão da Malha
Galpão da Malha
Tendo a moda com uma grande paixão e a preocupação ambiental, Gabriella Larangeira, estudante de publicidade, procura juntar as vertentes moda e sustentabilidade, no cotidiano, além de se aprofundar no assunto como um caminho para a vida profissional. “As marcas já estão mudando, estão criando essa consciência do desperdício”.
          

Gabriella Larangeira



            Outro movimento recente que se preocupa com consumo de moda consciente  é o Fashion Revolution Week. A ideia do projeto é mostrar para o consumidor  como a roupa que ele usa é produzida em todos os processos: desenvolvimento, fabricação e uso.

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